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Ex-funcionária diz que Marinha chilena não funcionou no dia do terremoto

da agência Efe, em Santiago

A ex-diretora do Escritório Nacional de Emergência (Onemi) do Chile, Carmen Fernández, denunciou que o Serviço Hidrográfico e Oceanográfico da Armada (Shoá) não funcionou após o terremoto e posterior maremoto do dia 27 de fevereiro, publicou a imprensa local.

O Shoá, encarregado de alertar sobre maremotos, "não só não funcionou bem, como atrapalhou o trabalho que estava sendo feito. E mais, se não tivesse intervindo" se teria dado o alerta de tsunami, disse Fernández em uma entrevista à revista "Paula".


Ex-funcionária diz que Marinha chilena não funcionou no dia do terremoto


Fernández, quem renunciou ao cargo no dia 10 de março após as críticas que recebeu à reação do órgão após o terremoto de 8,8 graus na escala Richter e posterior maremoto que assolou o centro-sul do país, destacou que a insistência da Armada de que seu sistema de alarme funcionou bem não é real.

"Quando sobrevoei o porto de Talcahuano, no sul do Chile, vi uma boa quantidade de navios da Marinha muito danificados", o que, na sua opinião, dá conta do erro que tinha cometido pelo Shoá.

"O protocolo deles indica que se há risco de maremoto têm que ir com seus navios mar adentro. Me parece que não fizeram isso porque achavam que o epicentro era em terra e eles também entenderam que não havia risco de maremoto", disse.

Fernández apresentou sua renúncia como consequência das descoordenações entre a Onemi e esse organismo da Marinha, que terminaram por não alertar sobre o maremoto, que matou dezenas de pessoas, deixou várias desaparecidas e gerou grande destruição em localidades litorâneas das regiões afetadas pelo terremoto, assim como no arquipélago de Juan Fernández.
Na entrevista, Fernández também criticou o comandante-em-chefe da Força Aérea do Chile, Ricardo Ortega, que na madrugada do dia 27 de fevereiro, horas depois do terremoto, disse que os aviões que sobrevoariam as zonas afetadas estavam preparados para sair, mas que só esperavam a respectiva ordem.

"É certo que os aviões da Força Aérea estavam prontos, mas não havia pilotos. Recém conseguimos fazer os primeiros voos às 9h30 horas (mesmo horário de Brasília) porque não havia pilotos", enfatizou.

Fernández assinalou que na Onemi, dependente do Ministério do Interior, estão os registros e vídeos da (ex-) presidente (Michelle Bachelet) em que é possível vê-la dizer aos membros de socorro perante a descoordenação: "Mas, por favor! O que vai a passar neste país se acontecer uma guerra?".
Redação

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