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Dentro de 19 profissões, São elas, As mulheres que ganham mais que os Homens

da Revista Universo

Desde que ocuparam as vagas de emprego deixadas por seus maridos que foram combater na Segunda Guerra Mundial, no século passado, as mulheres galgaram um longo e árduo caminho até demarcarem seu espaço no mercado de trabalho. Hoje, embora ainda continuem recebendo menos do que os homens para desempenhar funções semelhantes, já há profissões que as remuneram melhor do que seus pares do sexo masculino.

Segundo informações da 31ª Pesquisa Salarial e de Benefícios, realizada pela agência de recursos humanos Catho Online, atualmente existem 19 carreiras em que elas levam vantagem sobre eles.

No topo da lista, onde ocorre a maior diferença percentual de salário, está o cargo de professor com doutorado, no qual as mulheres ganham, em média, 25% a mais que os homens. Em seguida, vêm estilismo/modelismo (22%) e gerente de hotel (22%).

“Nem sempre vale a regra de que os homens ganham mais do que as mulheres. Elas se destacam em profissões onde estão mais presentes, como nas áreas de moda, letras, psicologia, enfermagem, recursos humanos, nutrição, entre outras”, comenta Marco Soraggi, diretor da Pesquisa Salarial da Catho Online.

Segundo a pesquisa, geralmente as profissões em que a mulher se destaca estão ligadas a habilidades como organização e instrução, a maioria delas voltada para a área de humanas. Há ainda alguns cargos de carreiras biomédicas, onde os salários entre os sexos são equivalentes.

O levantamento revela ainda algumas surpresas, como as arquitetas, que ganham 3% mais, e jornalistas, com remuneração 9% superior. Mas de maneira geral, as carreiras que as colocam a frente dos homens quanto aos rendimentos são aquelas em historicamente as mulheres foram mais valorizadas, como enfermagem e secretária.

Completamente realizada na profissão, como ela mesma faz questão de frisar, a pedagoga Maria do Carmo Monteiro Kobayashi, 52 anos, é professora especializada em formação de educadores na perspectiva lúdica e pesquisadora da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Bauru. Embora prefira não revelar o quanto recebe pelo seu trabalho, ela conta que um professor doutor assistente de universidade pública costuma ganhar, inicialmente, salário na faixa de R$ 7 mil.

“Mas conforme o profissional consegue progressão na grade, títulos e méritos, esse valor aumenta. Posso dizer que sou uma pessoa extremamente feliz profissionalmente”, revela. Os cifrões, no entanto, parecem ser apenas o pano de fundo para a plenitude de vida da professora.

Vocação

Para ela, que descobriu sua verdadeira vocação apenas aos 26 anos, o mais importante é fazer o que realmente lhe dá prazer. “Trabalhava como engenheira elétrica e só conheci a pedagogia quando tive meu primeiro filho. Acho que, quando você toma consciência de que seu trabalho pode transformar a vida das pessoas, realizar sua função fica muito mais prazeroso. Então não me sinto cansada, nunca acordo com preguiça de trabalhar. O reconhecimento profissional deve ser consequência desta disposição”, comenta ela, que já viajou para países como Grécia e Suíça para participar de cursos e congressos, por conta da profissão.

A gerente de hotel Heloísa Moura Pelegrina Crivelli, 53 anos, também descobriu já na fase adulta o talento que lhe traria destaque no mercado de trabalho. Formada em direito e administração de empresas, começou a trabalhar no ramo da hotelaria há apenas 11 anos.

Na época, no entanto, a função era ocupada majoritariamente por homens, e Heloísa teve de enfrentar a desconfiança e o preconceito da ala masculina quando foi alçada ao cargo de gerente.

Atualmente bem estabelecida financeiramente, a gerente acredita que o segredo do sucesso da mulher nesta profissão envolve a combinação entre cuidado materno, capacidade de solução de múltiplas demandas e visão abrangente sobre problemas específicos. “A mulher cuida do hotel com o mesmo zelo com que cuida de sua casa. É uma profissão que demanda dedicação integral, então é preciso gostar e ter muito carinho pelo que faz”, observa.

Ainda que as mulheres já consigam, em alguns cargos, equiparar seus salários aos dos homens, o ganho a mais delas ainda é relativo. Isso porque a pesquisa da Catho contempla mais de 1.800 cargos e mostra que os homens ganham, na média geral, cerca de 70% a mais.

Conforme aponta a agência, no entanto, o cenário vem mudando lentamente. No último ano, por exemplo, a diferença de salário entre os sexos em cargos técnicos caiu dois pontos percentuais e os homens passaram a ganhar 29% a mais do que as mulheres. Em cargos de liderança, garante a Catho, a diferença também diminuiu.
Redação

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