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Câncer de próstata mata mais fumantes do que não-fumantes

da REVISTA UNIVERSO




Os fumantes com diagnóstico de câncer de próstata correm mais risco de desenvolver tumores agressivos e maior probabilidade de morrer da doença do que os não fumantes, destacaram cientistas americanos.


Os homens que fumavam na época do diagnóstico demonstraram ter 61% mais chances de morrer por causa do câncer de próstata e 61% mais chances de o câncer voltar em comparação com os que nunca fumaram, afirmaram cientistas da Faculdade de Saúde Pública da Universidade da Califórnia em San Francisco.


No entanto, ex-fumantes que abandonaram o hábito 10 anos ou mais antes de ser diagnosticados com câncer de próstata demonstraram ter um risco de recorrência e de morte similar aos homens que nunca fumaram, destacou o estudo divulgado no Journal of the American Medical Association.





"Estes dados são estimulantes porque há poucos caminhos conhecidos para que um homem reduza o risco de morrer de câncer de próstata", assegurou um dos autores do estudo, Edward Giovannucci, professor de nutrição e epidemiologia de Harvard.


"Para os fumantes, deixar (o hábito) pode reduzir o risco de morrer de câncer de próstata. É outra razão para não fumar", acrescentou.


A pesquisa examinou 5.366 homens diagnosticados com câncer de próstata entre 1986 e 2006. Durante este período, registrou 1.630 mortes, 524 (32%) devido ao câncer de próstata e 416 (26%) de doença cardíaca.


''Largar o cigarro passa a ser uma medida importante para ajudar no tratamento. Com esse dado, podemos dizer ao paciente que, se parar de fumar, terá maior chance de sobreviver.'', afirma o urologista Gustavo Cardoso Guimarães, do Hospital A.C.Camargo.


O médico Alexandre Crippa, da equipe de uro-oncologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), afirma que estudos anteriores já sugeriam a relação entre câncer de próstata e tabagismo, mas lembra que a pesquisa de Harvard foi a que teve o maior número de participantes.


Além disso, o estudo conseguiu explicar por que essa relação é tão forte. “O estudo mostrou que o cigarro pode provocar uma alteração no PSA (um importante parâmetro de diagnóstico para tumores de próstata), o que retardaria o diagnóstico do câncer”, diz.


Segundo Crippa, “alterações hormonais provocadas pelo cigarro podem predispor a agentes carcinogênicos, o que explica a ocorrência de cânceres mais agressivos”, como o tumor de próstata, que leva à morte cerca de 12 mil por ano. Apenas o câncer de pulmão mata mais brasileiros do que ele, com pouco mais de 13 mil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).


Para os especialistas, o cigarro ainda é associado pela população apenas ao câncer de pulmão. “É mais fácil imaginar que a inalação da fumaça vai para o pulmão e provoca doenças só nessa área. Mas alterações metabólicas levam a cânceres em outras regiões”, lembra Crippa.
Redação

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