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Hospital paralisa atendimento, Pacientes reclamam

da Revista Universo



Em Guaratinguetá, SP, Três mulheres que fazem tratamento contra o câncer pelo SUS no Hospital Frei Galvão reclamam da situação. Madalena teve que retirar um dos seios, só que a doença também atingiu os ossos e o fígado. A dona de casa tinha uma sessão de quimioterapia marcada e não conseguiu atendimento. "Eles falaram que as pessoas que estavam fazendo o tratamento pelo SUS não poderia mais ser atendida pelo Frei Galvão. Eu acho que se isso tivesse que ser feito, teria que ter sido avisado com antecedência", diz a dona de casa Madalena Pereira.

Já Fátima foi de Piquete e Neuza, de Cruzeiro. As duas tinham uma consulta no mesmo dia. Mas assim como Madalena, elas não foram recebidas pelos médicos. Situação que revoltou as pacientes. "A gente depende do SUS. Aí eu pergunto: que palhaçada é essa? Pra onde tá indo esse dinheiro? Ninguém aqui tá brincando", diz a dona de casa, Neuza Ferreira. "É um tratamento difícil, caro. A gente não tem condições, a gente tem que depender do SUS. E na hora mais difícil da vida da gente, eles cortam a esperança da gente", diz Fátima.

A unidade, que é considerada referência no tratamento oncológico, de cirurgias de alta complexidade e hemodiálise, atende só pelo SUS aproximadamente 600 pessoas por dia, de 16 municípios da região de Guará.

De acordo com o diretor geral, o dinheiro dos governos federal e estadual repassados pela Secretaria de Saúde seria insuficiente para cobrir os gastos. "Hoje soma mais de R$7 milhões essa dívida. Se soma mais de R$7 milhões, nós já gastamos, com certeza, R$ 10 milhões porque a defasagem da tabela é muito grande do Sistema Único de Saúde", diz o diretor geral do hospital, Gilberto Nering. "Casos de urgência e emergência nós continuaremos atendendo, aos pacientes que estão em tratamento de quimioterapia, hemodiálise, nós vamos continuar atendendo", diz.

Mas pelo menos, Madalena, Fátima e Neuza, ficaram sem atendimento. "Como eu vou falar isso pros meus filhos quando eu chegar em casa? Eu vou morrer porque eu não vivo sem meus comprimidos", diz Madalena. "Essa senhora com certeza será atendida porque nós não paralisamos os tratamentos que estavam sendo feitos. Então, dessa forma, ela vai receber os medicamentos dela de forma normal", afirma o diretor do hospital.

A prefeitura de Guaratinguetá informou que ainda não foi comunicada oficialmente sobre a suspensão do serviço. Quando isso ocorrer, os pacientes da cidade serão encaminhados para o Hospital Regional, em Taubaté.

O Ministério da Saúde, responsável pela verba do SUS, informou que o repasse é feito mensalmente para o município.
Redação

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