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Brasileiros que ficou no Haiti relata caos de violência

da Revista Universo



Após o tremor que atingiu o Haiti na última terça-feira, os haitianos começam a viver uma situação de caos. Saques a supermercados e lojas, brigas por alimentos e água fizeram parta da quarta-feira dos moradores de Porto Príncipe, capital do Haiti.

De acordo com informações de brasileiros que estão no país, nesta tarde foram ouvidos tiros. “Escutamos tiros aqui perto e soubemos que é a polícia tentando impedir o saque completo do mercadinho onde fazíamos nossas compras e que ontem desabou”, escreveu em seu facebook a brasileira Cris Bierrenbach.

Em mensagem Cris disse que não quer causar pânico com seus posts, e que todos estão bem em sua casa. “A situação é precária e o que escrevo são apenas as impressões de uma pessoa que esta imobilizada dentro de uma casa, sob orientação de não sair”.

Segundo a brasileira, eles ouvem muitos sons e ficam sabendo o que acontece na rua por meio dos haitianos que estão com eles e trabalham para a organização brasileira Viva Rio.

Cris e estudantes da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) que estão no Haiti escreveram também que quem está ajudando a população ferida, são os próprios haitianos. “As forças da UN e da Minustah (Missão de Estabilização da ONU no Haiti) não estão agindo e quem esta fazendo todo o trabalho de resgate são os próprios haitianos”, disse Cris.

Já um dos estudantes da Unicamp escreveu em um blog: “As tropas da ONU não saíram às ruas, por enquanto, para atender a população haitiana, possivelmente por se concentrarem no auxílio aos seus pares. Ouvimos notícias de saques, e escutamos tiros. A sensação é de que talvez as coisas piorem”, disse o estudante Rodrigo Bulamah, que faz parte de um grupo de oito pesquisadores da Unicamp.

“Saindo às ruas em busca de água, o pessoal viu muitas pessoas feridas na rua, mortas, casas desabadas e pessoas retirando os escombros, além de brigas por comida, saques, um tiroteio, e o pior, aparentemente, tudo isso sem a presença de nenhum tanque, carro ou oficial da ONU nesses primeiros momentos de pavor a população”.

Segundo informações do estudante Werner, as tropas estavam removendo os escombros do Hotel Montana, “Um dos hotéis da alta classe, onde deveria estar personalidades da ONU”.

O grupo de pesquisadores, coordenado pelo professor Omar Ribeiro Thomaz, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), viajou ao Haiti com o objetivo de treinamento em pesquisa de campo em situações de conflito e pós-conflito, numa parceria com o Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Redação

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