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Viver com Leucemia na Infância

da REVISTA UNIVERSO




Em agosto de 2010, sem nada o fazer prever, Bela Nascimento descobriu que a filha, Carmen, na altura com cinco anos, tinha leucemia.


"Fiquei paralisada, mental e fisicamente. Só me perguntei porquê eu? Porquê nós? Mas, e porque isso era necessário, logo em seguida saltamos para a esperança, para a ação", conta.


Apesar de já ter encontrado um dador de medula compatível, ainda não foi possível fazer o transplante e os últimos 10 meses da Carmen têm sido divididos entre casa e Hospital. "A Carmen tem me ensinado sobretudo a controlar os meus sentimentos mais negativos, principalmente quando estou ao lado dela. Tem me ensinado que temos tendência a reclamar por tudo e com todos e que a vida pode ser simples e boa se houver saúde", confessa.


"Tem me ensinado também que a união familiar é um dos pilares mais fortes para aguentar todos os desânimos e privações", revela com determinação. Ao longo deste período, houve e ainda há momentos de angústia. Mas, até nessas alturas, é esta menina de seis anos, de sorriso fácil e alegria espontânea que mostra a luz ao fundo do túnel.


"É ela que nos dá forças e não nós a ela. E é muito por isso que acreditamos que ela vai vencer esta luta. Ela é, de fato, uma criança com uma determinação e persistência incríveis. Raramente se queixa. Faz sempre força para estar bem-disposta. Claro que, às vezes, é difícil mantê-la distraída num quarto de hospital. Mas, felizmente, a imaginação dela é grande e muito divertida», revela sem esconder o orgulho.


Para esta mãe a relação com a filha tornou mais forte do que seria de esperar em situações ditas normais. "Há algo de mágico nas nossas brincadeiras, nas nossas conversas. Há uma cumplicidade muito mais íntima. Tenho aprendido muito com a minha filha", afirma.


No entanto, não sente que tenha descoberto uma outra mãe em si. "Sou a mesma mãe, mas mais madura, mais controlada emocionalmente", conclui.


Consciente de que a luta ainda não está ganha, Bela Nascimento deixa a sua mensagem de esperança.


"Acreditem. Tenham pensamentos positivos. Nunca desanimem. Hoje, pode haver uma notícia negativa que nos deita abaixo, mas é preciso que, ainda assim, acreditem que as notícias positivas vão chegar. Sabemos que não é fácil mas, por favor, acreditem. Nós acreditamos", assegura, muito convicta.


Bela Nascimento, com a ajuda da família, criou uma página na rede social Facebook, onde partilha com milhares de pessoas o dia a dia da filha, a quem todos tratam por Cá ou Carmenzita. "A ideia inicial foi a de sensibilizar as pessoas para a doação de medula óssea. E assim, sem termos consciência disso, o grupo de amigos foi tornando cada dia maior", afirma.
Redação

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