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Reunião das seis potências sobre Irã foi 'construtiva'



Os enviados das seis potências mundiais concluíram, um encontro "muito construtivo" para discutir sanções contra o Irã por seu polêmico programa nuclear, revelou o enviado chinês.

As potências negociaram uma proposta americana para aprovar sanções contra o Irã por se negar a suspender seu programa de enriquecimento de urânio que, suspeita-se, possa ter fins bélicos.

O evento a portas fechadas na Missão americana para as Nações Unidas incluiu enviados dos cinco países membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia e China - e mais a Alemanha.

"Nós tivemos uma conversa muito construtiva", afirmou o embaixador chinês para a ONU, Li Baodong.


Delegado chinês na ONU, Li Baodong


"Agora temos um melhor entendimento da posição de cada país. Vamos continuar com esses encontros", acrescentou.

O embaixador da Rússia, Vitaly Churkin, se uniu ao coro que aprovou a reunião, chamando-a de "muito construtiva". Ele afirmou que o próximo encontro será "muito em breve".

Diplomatas afirmaram que os enviados das quatro potências ocidentais estavam tentando conquistar o apoio de Rússia e China para uma quarta resolução de sanções, com o objetivo de persuadir Teerã a deter seu programa de enriquecimento de urânio.

No passado, o Conselho de Segurança adotou três resoluções com sanções contra o Irã para que suspenda suas atividades nucleares sensíveis, especialmente o enriquecimento de urânio.

Mas o governo iraniano, que defende os fins civis de seu programa e nega as acusações de querer desenvolver a bomba atômica, ignorou todas.

O projeto de resolução americano discutido no encontro desta quarta-feira, que foi uma continuação de uma reunião similar celebrada na semana passada, prevê medidas contra os Guardiãos da Revolução iranianos, a força de segurança que depende diretamente do líder supremo da República islâmica.

Do rascunho constam, ainda, sanções em outras quatro áreas - embargo de venda de armas, energia, navegação marítima e finanças -, afirmou antes da reunião um diplomata próximo ao caso.

"Começamos a negociar com a base do texto americano", afirmou o embaixador francês, Gerar Araud, que também considerou as conversas "muito construtivas".

"Todos os seis países estão incluídos. Estamos andando para frente", acrescentou.

Os Estados Unidos e seus aliados ocidentais acreditam que o Irã está enriquecendo irânio e encobrindo a construção de armas nucleares, uma acusação que os iranianos negam.
Diplomatas insinuaram que uma votação por todos os 15 membros do Conselho pode não ocorrer até junho.

Mais cedo, o diretor político do departamento de Estado, William Burns, afirmou que os Estados Unidos trabalham "duro para adotar medidas concretas" que permitam "reforçar e ampliar as sanções já tomadas" e apontar, assim, "os centros de decisões estratégicos" do Irã.

Burns advertiu, no entanto, que será "muito difícil" levar a Rússia e a China a aprovar sanções contra as importações iranianas de gasolina e outros produtos derivados do petróleo.
Não obstante, mostrou-se otimista sobre o consenso necessário no Conselho de Segurança para adotar uma resolução que sancione o Irã.

"Sim, acho que é provável (...). É uma questão de semanas", disse.

Por outro lado, a agência de notícias iraniana, IRNA, anunciou esta quarta-feira que Teerã apresentou uma denúncia oficial na ONU, na qual acusa o presidente americano, Barack Obama, de "chantagem nuclear" contra o Irã.
"Os Estados Unidos, de forma ilegítima, identificaram um país não nuclear como alvo de suas armas atômicas e prepara planos militares nesta base", destacou em carta o governo iraniano.

Segundo Teerã, a nova doutrina nuclear apresentada recentemente por Obama pôs em evidência suas intenções em "documentos oficiais que expressam a política americana de recorrer à arma atômica contra um país-membro do TNP", o Tratado de Não Proliferação Nuclear.

O Irã anunciou, em fevereiro, o início do processo de enriquecimento de urânio a 20% para produzir seu próprio combustível nuclear, após rejeitar uma proposta das seis potências, pela qual deveria entregar seu urânio enriquecido a 3,5% para recibê-lo processado e enriquecido a 20% na Rússia e na França.
Redação

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