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Um Operário sofreu acidente em Camarote

da Revista Universo

Um acidente marcou o segundo dia do Carnatal 2009. Um marceneiro identificado como Samir Anibal Gomes Lins, 30 anos, recebeu uma descarga elétrica quando instalava um ponto de energia em uma cabine dentro do camarote Natal 2014, no corredor da folia. Desacordado, Samir foi atendido, primeiramente, por dois soldados do Corpo de Bombeiros. Em seguida, foi acionado uma viatura do Corpo de Bombeiros e uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

Samir Lins, o marceneiro encontrava-se em estado grave, em coma induzido e entubado, respirando com auxílio de aparelhos, segundo informações da equipe de politraumas do pronto-socorro Clóvis Sarinho, para onde foi socorrido após o acidente. O marceneiro aguardava a liberação de um leito de UTI no hospital.

Mas segundo a assessoria de comunicação da Destaque, promotora do Carnatal, Samir Lins seria transferido ontem mesmo para um hospital da rede privada na capital. Ainda segundo a assessoria, o rapaz era profissional autônomo contratado pelo camarote Natal 2014, pelo período de um dia, na prestação de serviços de manutenção.

Bombeiros foram os primeiros a chegar ao local , onde o marceneiro encontrava-se desacordado
Bombeiros prestam socorro ao Operário que esta desacordado


Samir recebeu os primeiros socorros nas proximidades do camarote. Uma UTI Móvel foi solicitada para auxiliar no atendimento à vítima. De acordo com o subtenente Severino Gomes, do Corpo de Bombeiros Militar, foi necessário usar o desfibrilador automático para reanimar o marceneiro. “Ele teve uma parada respiratória”, disse o policial cerca de uma hora após o acidente.

O analista de suporte Patrick Fernandes, que presenciou o acidente, disse que a vítima estava realizando um serviço dentro do camarote quando foi chamado para instalar um ponto de energia dentro da cabine que estava sendo usada como base de apoio pelas equipes jornalisticas na cobertura do Carnatal, inclusive os repórteres da Tribuna do Norte.

“O filho dele disse: Pai! Pai!, está brincando? Quando o menino percebeu que Samir estava espumando pela boca, nos chamou. Percebemos que ele estava tomando um choque. Desligaram os geradores do camarote, mas o homem continuava recebendo o choque. Depois tentaram encontrar a chave geral da Cosern que alimentava o camarote. Escondida atrás de um banheiro químico e sem sinalização houve demora para desativar a energia. Demoraram, em média, dois ou até três minutos para desligar a energia. Enquanto isso o homem estava recebendo a descarga”, relatou o analista de suporte Patrick Fernandes.

Após o acidente, o camarote foi interditado pelo Corpo de Bombeiros Militar, que realizou a vistoria, mantendo o camarote interditado. Às 18h40, o Chiclete com Banana foi o primeiro bloco a entrar na avenida e os foliões do Natal 2014 continuavam do lado de fora, impossibilitados de entrar no camarote. Somente, o espaço foi liberado pelos Bombeiros.

De acordo com a assessoria de imprensa da Destaque Promoções, empresa que organiza o Carnatal, Samir não era eletricista e estava prestando um serviço particular para o camarote. “Ele resolveu ir ajudar e acabou tocando em um fio desencapado. Não usava equipamento de segurança. O camarote tem todos os equipamentos de segurança necessário”, afirmou a assessoria.

Questionada sobre onde estavam os equipamentos de segurança do camarote, a assessora da Destaque não soube informar. “Não sabemos, só com a assessoria do camarote”. A Revista Universo procurou a assessoria do camarote 2014 para falar sobre o assunto e foi informada que em nenhum momento solicitaram a adequação de qualquer espaço no camarote. Em contato por telefone, as assessorias de imprensa da Destaque e do camarote Natal 2014 não souberam informar quem de fato acionou o operário, delegando aquela tarefa. A mesma resposta também da assessoria de marketing da promotora da micareta.

O assessor de imprensa da Destaque disse ontem à noite que a informação repassada à organização do evento é que Samir teria sido contratado pelos proprietários do camarote onde ocorreu o acidente.

Arquibancadas vazias no segundo dia

A gripe A (H1N1) e as provas do Enem mudaram a cara do Carnatal 2009. Ambulantes reclamando, cambistas contabilizando o prejuízo, arquibancadas com espaços vazios, além de trânsito congestionado, apesar dos desvios feitos pelo policiamento de trânsito. Mas para quem foi ao corredor da folia, ontem, nada disso interferiu.

Foi assim o segundo dia de folia. Entrou na avenida Chiclete com Banana. Em seguida, foi a vez do Cerveja & Coco, comandado pelo Asa de Águia, depois Banda Eva, com o Caju, Cidadão Nota 10, o Bicho e fechando à noite com Swingae. Antes dos blocos entrarem no corredor da folia, o trânsito nas imediações do Carnatal foi interditado.

De acordo com Márcio Sá, diretor de fiscalização e trânsito da STTU até às 19horas foi registrada grande movimentação de veículos no quadrilátero que compreende o evento. Parte das avenidas Prudente de Moraes, Lima e Silva e Nascimento de Castro foram interditadas. O fluxo de veículos foi desviado para o anel viário do Campus Universitário da UFRN, pela Via Costeira, avenidas, Jaguarari e Interventor Mário Câmara.

“A Sexta-Feira é o dia que contabilizamos o maior fluxo de pessoas nas imediações do Carnatal. Alguns estão saindo do trabalho, indo para casa, viajando para as praias. Amanhã (sábado) teremos o maior fluxo de pessoas dentro do evento”.

Apesar do perigo de contaminação pela Gripe A, poucos foram os foliões que usaram máscaras cirúrgicas para se proteger. Entretanto, policiais militares da cavalaria, funcionários do poder judiciário e soldados do Corpo de Bombeiros circulavam com as máscaras para evitar uma possível contaminação.

O bloco Nana Banana, com a banda Chiclete com Banana abriu a sexta-feira de Carnatal, diferente dos anos anteriores. Sem muita animação. Nas arquibancadas eram poucos os foliões e havia camarotes vazios. Mais animado estava o Cerveja & Coco, com o Asa de Águia. Às 20h50, a Banda Eva entrou na avenida com o refrão “então não me conte os seus problemas; hoje eu quero paz; eu quero amor”. O vocalista Saulo contagiou a avenida, camarotes e arquibancada. Entrou na avenida Cavaleiros do Forró, com o bloco Cidadão Nota 10. Foram os natalenses da banda que mais alegraram os foliões. Com vários ritmos, a banda passou na avenida e fechou a primeira volta com uma animação contagiante. Larissa Santos, 26 anos, diz que o Cavaleiros fugiu da tradição do forró e levantou todo o público. Está muito bom. Vou participar todos os dias do Carnatal e apesar da gripe não tenho medo”.

Preços dos abadás caem e prejudica cambistas

As declarações sobre os riscos de surto de gripe suína em meio ao Carnatal e posicionamentos como o do Conselho Estadual de Saúde, defendendo o cancelamento da festa, resultaram na redução do público no primeiro dia do evento e na queda no preço dos abadás, vendidos pelo cambistas. O prejuízo já é dado como certo por muitos dos que tentaram ganhar dinheiro revendendo as camisetas que dão acesso aos blocos.

“Ninguém está vendendo nada. Essa história de gripe suína está deixando todo mundo no vermelho”, admite o ambulante Inácio Monteiro. Ele veio de Campina Grande e investiu cerca de R$ 3 mil em abadás, mas já prevê que os ganhos não vão compensar a viagem. Uma prova da “queda do mercado” é o movimento em frente ao principal ponto desse tipo de comércio, a sede social do América, no Tirol. Enquanto em anos anteriores foi necessário inclusive interditar a rua, na manhã de ontem encontrar um comprador era tarefa quase impossível.

“Está todo mundo com as mãos cheias, ontem (quinta-feira) teve abadá do Nana sendo vendido a R$ 30 lá na hora (na saída do bloco, no corredor da folia)”, reforçou Inácio Monteiro. A única esperança dele e dos demais cambistas era ganhar dinheiro com os foliões que, temendo a gripe, vendiam seus abadás por preços irrisórios. Uma jovem cobrou apenas R$ 30 pelo abadá do Caju no domingo.

Os do Nana Banana, que são vendidos oficialmente a R$ 170 o dia, eram comercializados no final da manhã de ontem a R$ 140 (a sexta) e por R$ 200 (sábado), mas a tendência era que os preços caíssem. Tanto que antes mesmo de irem ao Corredor da Folia, na noite de quinta-feira, as camisetas daquele dia chegaram a ser comercializadas por R$ 80 no América. Os três dias do Cerveja e Coco, que atingiu valor acima dos R$ 500, estava a R$ 350.

Prefeitura aproveita micareta para lançar campanha

No Brasil, uma média de quatro mulheres é espancada a cada minuto. Em Natal, os registros apontam para 5 mil casos denunciados por ano, nas delegacias da mulher. Em eventos como o Carnatal, o uso de drogas e o consumo de álcool costumam aumentar esses índices. Por tudo isso, a Prefeitura do Natal vai aproveitar a micareta para lançar a campanha do Laço Branco, que tem como objetivo a conscientização dos homens pelo fim da violência contra as mulheres.

Ontem, 6 de dezembro, marca os 20 anos da morte de 14 jovens em uma escola de Montreal, no Canadá. Um rapaz de 25 anos, Marc Lepine, invadiu uma sala de aula e ordenou que os homens (cerca de 50) se retirassem, atirando apenas nas mulheres. O massacre mobilizou a opinião pública mundial e resultou no lançamento da campanha Laço Branco, que já se expandiu por todo o planeta. Em Natal, um vasto material educativo vai ser distribuído durante o Carnatal e ao longo de dezembro e de todo ano de 2010. A partir de hoje homens vestindo a camiseta com o slogan “homens pelo fim da violência contra a mulher” virão à frente dos blocos do Carnatal, chamando a atenção para a causa.

“Não há um só dia em que uma mulher não seja violentada em nossa cidade”, lamentou a secretária de Trabalho e Assistência Social de Natal, Rosy de Sousa.
Redação

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